quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Quando o leite azeda é hora de demitir


Impressões Profissionais
por Débora Martins

Nossa, você nem sabe! Não é que havia um litro de leite vencido dentro do armário? Era daqueles do tipo longa vida. Ufa! Ainda bem. Não cheirava nem fedia, porém estava vencido. Pois é, além de não servir mais para nada, ainda estava ocupando espaço.

Talvez tenha ficado lá desde novembro por negligência minha ou por parte das outras pessoas que também administram a cozinha. Pior. Na realidade o que aconteceu é que não soubemos gerir nossos recursos de maneira adequada, havendo assim um desperdício. Mas, como diz o ditado, “Não adianta chorar sobre o leite derramado”, não é?

Bem, trocando leite por consultoria, saiba que em muitas empresas acontece a mesma coisa. O colaborador cuja “validade” já venceu há muito tempo permanece lá no cantinho, escondido no “armário”. Entende-se por validade não a idade do colaborador ou o seu tempo de casa, mas sim o desgaste da relação entre ele e a empresa, do tesão que sente em trabalhar e fazer parte.

Morreu a motivação. E, durante esse processo de luto, não existe produtividade, desperdiçando-se recursos financeiros e energia. Inúmeras foram as conversas; palavras cortantes foram ditas. Houve choro e muita emoção... Até quando se pode sustentar o insustentável?

Por mais que um indivíduo não feda nem cheire, ele ocupa o espaço de outro. Um profissional cheio de gás e motivado para trabalhar com mais energia e disposição pode estar batendo à porta. Há pessoas que definitivamente precisam ir embora para evoluírem em outro lugar. Quem fica necessita praticar o desapego e se preparar para receber gente nova.

Quem disse que demitir pessoas é fácil ou divertido? Talvez alguém muito perverso pense assim. Contudo acredito que a maioria de nós entenda esse momento como difícil e doloroso.
Demitir não é simples, mas manter gente improdutiva é mais penoso do que se imagina. Se for inevitável, não prorrogue.

Juntando tudo, voltemos todos ao mercado: a empresa para renovar seu quadro, o demitido para buscar uma nova colocação e eu, Débora, para aconselhar (e claro, no meu caso, também para comprar mais leite).


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Débora Martins é jornalista, consultora e palestrante organizacional com ênfase em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento de Talentos.
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Um comentário:

  1. Ola Amiga.
    A sua matéria é realista e atual, parabéns.Eu convivo diÁriamente com isso (5 concessionários de veículos) e nada pode ser feito( no meu caso como auditor)existe conveniências da Empresa, e por conseguinte a Empresa não cresce e sempre temos problemas.
    Um grande abraço

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